Ele era um mestre de renome; um desses mestres que correm em busca da fama e gostam de acumular cada vez mais seguidores por simples vaidade. Em um grande espaço aberto, reuniu centenas de seguidores e discípulos. Levantou-se, impostou a voz e disse:
- Meus amados seguidores, escutem a voz de quem sabe.
Fez-se um grande silêncio. Era possível até escutar o bater de asas de uma borboleta que por ali passava.
– Nunca devem mentir. Jamais devem enganar as pessoas usando a solidariedade para consecução de objetivos próprios e tão pouco incitá-las umas contra as outras.
Um dos seus assistentes atreveu-se a perguntar:
- Outro dia, não era você que dizia ser o próprio Criador? Não era você que se dizia maior e melhor do que todos?
- Sim, era eu – respondeu o mestre.
Então, outro ouvinte perguntou:
- Não o vi outro dia dizendo que doaria uma certa quantia para a AACD (Teleton) em troca de mais e mais seguidores?
- Esse era eu – respondeu o mestre.
Uma terceira pessoa interrogou ao mestre:
Não era você que outro dia incitava pessoas do sul e sudeste do país contra outras do norte e nordeste?
Efetivamente – afirmou o mestre.Efetivamente – afirmou o mestre.
Nesse momento, todos os assistentes se sentiram indignados e começaram a protestar.
- Então, por que pede a nós que façamos o que você mesmo não faz?
E o falso mestre respondeu:
- Porque eu ensino, mas não pratico.
* Eu, Cirilo Veloso Moraes, reservo-me o direito de afirmar que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. O que posso garantir é que há muitos falsos mestres por aí, na vida real e na vida virtual (twitter, facebook, blogs e semelhantes). O grande segredo é filtrar tudo que se ouve e prestar mais atenção nas atitudes do que nas palavras.
Autor: Cirilo Veloso Moraes