O Carnaval de Fortaleza tem muita gente, festa, serpentina, show, confete... E muito dinheiro também. O feriadão mais agitado do ano deve atrair à Capital 124 mil turistas do Brasil inteiro e do mundo afora. Uns doidos para se divertir, outros só para descansar, mas todos para gastar: R$ 198,6 milhões é o montante. Sem contar os fortalezenses que resolveram ficar pela cidade para curtir a programação de shows na Praia do Aterrinho e os tradicionais blocos carnavalescos pelas ruas da Capital.
Bem, o fato é que restaurantes, hotéis, barracas de praia e todo o comércio informal se preparam para faturar bastante no Carnaval, encher o bolso de dinheiro para não sentir os maus bocados da baixa estação. E tudo indica que as expectativas serão atendidas. Só pela Praia do Futuro devem passar 200 mil pessoas em uma semana, da quinta-feira antes do Carnaval à Quarta-feira de Cinzas. As barracas preveem faturar R$ 2 milhões, mas os ambulantes também tiram uma casquinha.
A dupla Toni e Ramos (isso mesmo) só fazia era correr de um lado para o outro em plena tarde de quinta-feira, véspera de Carnaval. Na Praia do Futuro, os turistas não deixavam os ambulantes terminarem uma venda que já chamavam para “dar uma olhadinha” nas redes fabricadas lá em Jaguaruana. Em dia bom, Toni (que tem 20 anos de praia) e Ramos (que tem um) vendem de 10 a 15 redes e faturam entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. “O lucro é metade disso aí, viu?”, trata de falar Seu Toni, 35 anos.
Enquanto falava com a reportagem, ele mostrava as redes para a mesa de turistas do Sul que levou quatro das peças e pagou R$ 350. O preço das redes varia entre R$ 60 e R$ 480. “Nesse Carnaval quero é ganhar dinheiro. Minha meta é vender 15 redes por dia e só deixo a praia quando vender”, diz e completa “é para não passar aperreio na baixa estação”.
Nas ruas
Sabe o ditado: de grão em grão é que a galinha enche o papo? Pois é de latinha em latinha, de salgado em salgado, que os ambulantes ganham dinheiro. O comércio informal cadastrado pela Prefeitura de Fortaleza para este Carnaval deve movimentar, por baixo, R$ 325,2 mil. O POVO estimou o montante com base no número de ambulantes inscritos e na renda média que cada um tem. E olhe que tem gente que ganha bem mais.
Números
124 mil
São os turistas esperados para todo o Ceará. Deles, 67,5 mil ficarão em Fortaleza
70 mil
É o público máximo esperado, por dia, nos shows do Aterrinho
300 quilos
É a quantidade de vatapá de frango vendida por noite na barraca de Silvestre do Liceu
Seu Silvestre do Liceu, 52 anos de idade, é o exemplo. Há 33 anos ele monta barraca grande nos eventos da cidade. Comerciante cadastrado pela Prefeitura de Fortaleza, Silvestre faturou R$ 30 mil, nos cinco sábados de Pré-Carnaval, no Aterrinho. Ele vende tudo quanto é salgado, comidas típicas e bebidas. Tirando os gastos com a matéria-prima e com o pagamento dos seis ajudantes, lucrou R$ 15 mil.
“Nos três dias de Carnaval, devo faturar menos, porque turista que vem comer aqui é pouco e os cearenses tudo viajam, mas o dinheiro ainda assim é muito bom”, diz o comerciante. Segundo a secretária da adjunta da Secretaria Especial do Centro (Sercefor), Luciana Castelo Branco, vendedores informais de barraca, como Silvestre do Liceu, faturam entre R$ 1.500 e R$ 1.800, nos três dias de Carnaval; enquanto os itinerantes tiram entre R$ 600 e R$ 700.
“Tem gente que só não vende mais porque não tem”, afirma. Neste ano, a Prefeitura cadastrou 78 barracas e 264 itinerantes para a Praia de Iracema, Largo do Mincharia e da Dona Mocinha; e para o Centro de Fortaleza. “Carnaval bom assim vem de três para cá e para comemorar vou ver se faturo uns R$ 3 mil por noite”, encerra Seu Silvestre.
Números
124 mil
São os turistas esperados para todo o Ceará. Deles, 67,5 mil ficarão em Fortaleza
70 mil
É o público máximo esperado, por dia, nos shows do Aterrinho
300 quilos
É a quantidade de vatapá de frango vendida por noite na barraca de Silvestre do Liceu
Fonte: O Povo Online