Renda feminina cresce mais que a masculina, em 2010, nas regiões metropolitanas de Fortaleza (1,8%), Salvador (6,7%) e Recife (12,7%).
A renda das mulheres cresceu mais do que a dos homens em três regiões metropolitanas do Nordeste pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em 2010.Em Fortaleza, Recife e Salvador, enquanto o rendimento feminino por hora avançou de 1,8% a 12,7%, o masculino variou de -0,2% a 9,7%. A explicação estaria no mercado informal e na renda baseada no salário mínimo preponderantes na Região Nordeste. O técnico responsável pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese no Ceará, Ediran Teixeira, acrescenta que o avanço não é só pelo crescimento da economia mas pela política de crescimento do salário mínimo.
“A inserção das mulheres em Fortaleza é maior no setor informal, com forte participação nos serviços domésticos e confecções, com salários girando em torno do mínimo”, diz, reforçando que quando o salário mínimo cresce a renda da mulher acompanha. Para a supervisora da PED/ Dieese, Lúcia Garcia, a combinação aumento do salário mínimo com crescimento acelerado da economia em 2010 explica a vantagem feminina nas três capitais nordestinas. Explica que no Nordeste as mulheres estão concentradas em postos de trabalho que pagam o mínimo.
Portanto, a variação no rendimento base - que teve aumento real de 6,02% no ano passado - é mais determinante para elas, já que os homens ocupam postos de trabalho mais variados e com remuneração mais alta. Economistas concordam que o fato de os salários no Nordeste serem mais baixos acentua a importância da alta real do salário mínimo. Em Fortaleza, o rendimento médio das mulheres, descontada a inflação, passou de R$ 3,91 por hora em 2009 para R$ 3,98 em 2010 (o dos homens foi de R$ 5,07 para R$ 5,06). Entre as sete regiões pesquisadas, o Distrito Federal é a que tem a maior remuneração por hora para mulheres: R$ 9,99 contra R$ 12,46 dos homens.
Como?
Entenda a Notícia
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), Especial 8 de Março, mostra que as mulheres ainda representam mais da metade da população desempregada. E, quando ocupadas, ganham salários menores.
Fonte: O Povo Online