Atire o primeiro mouse quem não se depara diariamente com emails informando que sua conta no banco Y precisa ser recadastrada; ou que aquele link dá acesso a fotos exclusivas e inéditas de um ensaio de certa subcelebridade como veio ao mundo; ou, mais tosco ainda, de cenas fortes e impublicáveis de alguma tragédia mundial (como o recente terremoto/tsunami no Japão). Qualquer pessoa minimamente habituada à lida no mundo virtual sabe que tratam-se de spams, estas indesejáveis mensagens eletrônicas. Um estudo divulgado recentemente, no entanto, mostra o que há por trás dessa onda virtual. E a revelação não é nada agradável.
O levantamento realizado este ano pela Trend Micro Incorporated, empresa multinacional de segurança digital, mostra, entre outras coisas, que no Brasil, 80% dos spams têm como foco roubar informações bancárias, principalmente as senhas das contas. O índice realmente é alto. Para se ter uma ideia, em outros países da América Latina, esta média é de 40%. É deste objetivo que se originam os tais emails de recadastramento de contas, muitas vezes supostamente vindo de bancos com quem o internauta nunca teve nenhum tipo de contrato.
“Há muito tempo recebo emails pedindo informações sobre minhas contas, mas sempre os ignorei, nunca caí na armadilha. Há alguns dias, no entanto, eles conseguiram me surpreender porque no spam constava o meu CPF verdadeiro. Por sorte, não tinha conta nenhuma naquele banco e não havia perigo de clicar no link sugerido”, conta uma das vítimas de spam, que prefere se manter no anonimato.
Esta sofisticação no procedimento dos criminosos que atuam com spam também está apontada no levantamento da Trend Micro. Segundo ele, a ferramenta mais usada atualmente por estes bandidos são as redes sociais, onde eles conseguem se camuflar e enganar as vítimas com mais facilidade. “Um bom exemplo de ameaça que usa a engenharia social como inteligência são os ataques direcionados às redes sociais. Os cibercriminosos escaneiam comunidades e, a partir daí, conseguem informações sobre os gostos e costumes da maioria dos usuários. Em posse dessas informações, criam ameaças específicas para grupos com perfis similares, tornando a distribuição da ameaça mais eficaz”, revela o levantamento.
E o perigo é ainda maior do que se imagina. No dia 14 de janeiro deste ano, uma das datas estudadas pela pesquisa, cerca de 102 milhões de emails indesejados estavam circulando na Internet em todo o mundo. O Brasil foi o responsável pelo envio de 6,8% de todos estes spams, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (10,3%) e da Rússia (8,9%). A América Latina responde por 20% destas mensagens. De acordo com a pesquisa, normalmente, os spams são disparados das redes chamadas de botnets - um conjunto de computadores ligados uns aos outros, que podem ser controlados à distância por uma única máquina, sem o conhecimento e autorização do proprietário do computador. É por meio destas redes que os cibercriminosos “fazem a festa”. Portanto, atenção redobrada na próxima vez que um email tentador tentar chamar sua atenção na caixa de mensagem. Tenha certeza que não será só o seu tempo que ele estará roubando.
O quê?
Entenda a Notícia
O termo Spam tem origem na abreviação em inglês de “spiced ham” (presunto condimentado), é uma mensagem eletrônica não-solicitada enviada em massa, e sua prática é proibida por lei no Brasil. 6,8% de todos os spams que circulam mundialmente são originários do Brasil com base nisso o Brasil fica em 3º lugar no ranking mundial de países emissores de spams, 300 milhões de spams foram disparados no Brasil ao longo do ano de 2010, 80% do spams que circulam no Brasil tem por objetivo maior o roubo de informações bancárias, 102 milhões de emails indesejados circulam, em média, na Internet em um único dia.
Fonte: O Povo Online
