Foto: Georgia Santiago |
Se já não bastasse a demora e a lotação dos ônibus, os usuários do transporte público da Capital têm de lidar com um inconveniente gerado pela falta de compreensão dos próprios passageiros. Nos sete terminais de integração, a busca por um assento ou um espaço mais confortável nos coletivos resulta em empurrões, cotoveladas e discussões diariamente. Ontem, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) iniciou uma força-tarefa para aprimorar a organização das filas.
"Quando o ônibus chega, a fila não cresce para trás, cresce para frente". A afirmação da professora Izabel Morais ilustra o que ocorre nas plataformas dos terminais quando um dos coletivos mais aguardados chega à parada. Logo que se abrem as portas, inicia-se a disputa entre as pessoas que já estavam nas filas - muitas vezes há mais de meia hora - e aquelas que tentam furá-las utilizando a força. Durante o processo, saem prejudicados, principalmente, idosos, mulheres e crianças.
Na fila que se forma diante da porta da frente dos veículos - teoricamente preferencial para idosos, gestantes, deficientes físicos e pessoas com crianças de colo -, atos de desrespeito também podem ser notados em qualquer horário. Dividindo espaço com aqueles que deveriam, de fato, utilizar a porta dianteira, homens e mulheres sem qualquer deficiência ou outra justificativa não demonstram vergonha em ocupar o espaço que não lhes é destinado.
"É tudo misturado. Homem, mulher, gestante, todo mundo vai na outra fila", lamenta o aposentado José Andrade. Já no interior dos veículos, a falta de respeito permanece, uma vez que idosos são constantemente vistos de pé enquanto jovens, em assentos preferenciais, ignoram a situação.
Organização
Por conta do constante desrespeito e das reclamações dos usuários, a Etufor iniciou, ontem, uma força-tarefa com 60 agentes que estarão responsáveis para orientar os usuários e organizar as filas. Conforme o presidente do órgão, Ademar Gondim, os agentes atuarão, até a próxima sexta-feira, no terminal do Siqueira, pela manhã, das 5h às 9h.
Ao final da semana, informou, serão avaliados os resultados da ação. Caso ainda seja notada a necessidade de intervir no terminal do Siqueira, o trabalho será realizado novamente na próxima semana Se for constatada uma melhor organização das filas, mesmo sem a presença dos agentes, a força-tarefa será deslocada para outro terminal. A ideia, disse, é que o trabalho se dê de modo contínuo, atendendo aos terminais de acordo com a demanda.
Segundo ele, pessoas que se sintam prejudicadas pela má fé de terceiros, em qualquer terminal, podem solicitar a intervenção de fiscais que se encontram nas plataformas, para que alguma providência seja tomada.
Na manhã de ontem, primeiro dia da operação, enquanto agentes tentavam impedir o desrespeito aos passageiros, os usuários notaram a diferença e aprovaram a ação. Todavia, a expectativa de muitos é de que, tão logo a força-tarefa vá para outro terminal, a falta de educação volte a reinar mais uma vez. "Aqui, só se for assim. Se não tiver os agentes, o pessoal começa a furar fila de novo", opina a doméstica Vivilene Alves.
Confusão diária
"É uma negação mesmo. Já saí daqui com hematoma por conta da confusão que é subir no ônibus"
"Quando o ônibus chega, a fila não cresce para trás, cresce para frente". A afirmação da professora Izabel Morais ilustra o que ocorre nas plataformas dos terminais quando um dos coletivos mais aguardados chega à parada. Logo que se abrem as portas, inicia-se a disputa entre as pessoas que já estavam nas filas - muitas vezes há mais de meia hora - e aquelas que tentam furá-las utilizando a força. Durante o processo, saem prejudicados, principalmente, idosos, mulheres e crianças.
Na fila que se forma diante da porta da frente dos veículos - teoricamente preferencial para idosos, gestantes, deficientes físicos e pessoas com crianças de colo -, atos de desrespeito também podem ser notados em qualquer horário. Dividindo espaço com aqueles que deveriam, de fato, utilizar a porta dianteira, homens e mulheres sem qualquer deficiência ou outra justificativa não demonstram vergonha em ocupar o espaço que não lhes é destinado.
"É tudo misturado. Homem, mulher, gestante, todo mundo vai na outra fila", lamenta o aposentado José Andrade. Já no interior dos veículos, a falta de respeito permanece, uma vez que idosos são constantemente vistos de pé enquanto jovens, em assentos preferenciais, ignoram a situação.
Organização
Por conta do constante desrespeito e das reclamações dos usuários, a Etufor iniciou, ontem, uma força-tarefa com 60 agentes que estarão responsáveis para orientar os usuários e organizar as filas. Conforme o presidente do órgão, Ademar Gondim, os agentes atuarão, até a próxima sexta-feira, no terminal do Siqueira, pela manhã, das 5h às 9h.
Ao final da semana, informou, serão avaliados os resultados da ação. Caso ainda seja notada a necessidade de intervir no terminal do Siqueira, o trabalho será realizado novamente na próxima semana Se for constatada uma melhor organização das filas, mesmo sem a presença dos agentes, a força-tarefa será deslocada para outro terminal. A ideia, disse, é que o trabalho se dê de modo contínuo, atendendo aos terminais de acordo com a demanda.
Segundo ele, pessoas que se sintam prejudicadas pela má fé de terceiros, em qualquer terminal, podem solicitar a intervenção de fiscais que se encontram nas plataformas, para que alguma providência seja tomada.
Na manhã de ontem, primeiro dia da operação, enquanto agentes tentavam impedir o desrespeito aos passageiros, os usuários notaram a diferença e aprovaram a ação. Todavia, a expectativa de muitos é de que, tão logo a força-tarefa vá para outro terminal, a falta de educação volte a reinar mais uma vez. "Aqui, só se for assim. Se não tiver os agentes, o pessoal começa a furar fila de novo", opina a doméstica Vivilene Alves.
Confusão diária
"É uma negação mesmo. Já saí daqui com hematoma por conta da confusão que é subir no ônibus"
Vivilene Alves, 55 ANOS, Dona de casa
"Aqui é tudo misturado. Homem, mulher, idoso, todo mundo vai na outra fila. Não tem nenhum respeito"
"Aqui é tudo misturado. Homem, mulher, idoso, todo mundo vai na outra fila. Não tem nenhum respeito"
José Andrade, 66 ANOS, Aposentado
"Quando estou com meu bebê, às vezes tenho que pedir aos fiscais para barrar pessoas na fila preferencial"
"Quando estou com meu bebê, às vezes tenho que pedir aos fiscais para barrar pessoas na fila preferencial"
Izabel Morais, 44 ANOS, Professora
Por: João Moura - Repórter
Fonte: Diário do Nordeste