O Ministério da Justiça lançou, nesses dias de maio de 2011, a campanha do desarmamento, visando reduzir o número de armas de fogo em poder dos brasileiros. É uma campanha inconsequente. Na verdade, quem mais porta armas de fogo no Brasil são os bandidos, que as conseguem com uma facilidade enorme, por meio de contrabando, para garantir, sobretudo, o tráfico de drogas ilícitas. O cidadão se arma, em sua minoria, é simplesmente para tentar se proteger da ação dos marginais, já que o Estado, dito como organizado, não exerce com presteza a segurança necessária à sociedade.
As autoridades governamentais deveriam coibir, pela raiz, a facilitação da entrada de todo tipo de armas de potencial ofensivo nas fronteiras do território nacional, nas divisas dos Estados-membros e, bem como, dos Municípios, ou seja, por meio de determinação de uma ação policial permanente, em conjunto com os três entes da Federação, sem prazo para terminar, cujo exemplo seria a realização de “blitzes”, abordando e vistoriando, principalmente, quaisquer veículos ou outros meios de transporte que, aos olhos da polícia, apresentem-se como suspeitos. Se por acaso, houver alguma abordagem desconforme, que cause constrangimento, durante essa ação, aquele que se sentir ofendido procure adotar as providências junto ao órgão competente, de modo a ver tutelados seus direitos. É melhor do que viver inseguro, desprotegido, com medo. Assim, querer o Governo que as poucas pessoas de bem que se armam porque já se sentem acuadas com o alto índice de violência, entreguem suas armas, é uma medida desacertada.
Coreaú-CE, 17 de maio de 2011.
Fernando Machado Albuquerque - Professor - Serventuário do TJCE