Ar@quém News - sábado, 16 de julho de 2011

Uma reflexão da história política de Coreaú nos últimos vinte anos

Parte I
 
No início da década de 90, ou seja, em 1992 precisamente, findava a 2ª Gestão da Administração do Chico da Bomba, político este que apesar de popular carregava em seu histórico uma raíz coronelista da oligarquía dos Cristinos, governava sobretudo para as massas populares, na época não havia uma fiscalização rígida dos recursos geridos pela gestão e a oposição não exercia o seu papel fiscalizador, lhe era imbuído apenas a sua função de opção de poder no período eleitoral. O então Chico da Bomba fez o seu sucessor para o mandato 1993 - 1996, o novo prefeito era um jovem político promissor, de um discurso afinado, apadrinhado pelos Ferreira Gomes, sobretudo o então governador da época, o sr. Ciro Gomes. Conhecido como Chico Antônio, o então prefeito tinha um temperamento forte, governou sem qualquer pressão oposicionista, fez de Coreaú um canteiro de obras, foi um bom gestor para a cidade, no entanto no fim de sua gestão, deixou o funcionalísmo com 07 (sete) meses em atrazo, o mesmo também era pertencente a Oligarquía dos Cristinos. Por conta de percalços administrativos (atraso no funcionalísmo) e por possuir um discurso forte, o mesmo não conseguiu eleger a sua sucessora, sendo derrotada pelo principal líder da oposição. O então líder da oposição, eleito prefeito de Coreaú para o mandato 1997 - 2000, era o pedagogo e Obstetra Luíz Carneiro de Albuquerque, conhecido por Luiz Dico. Apesar de ser genro do ex-prefeito Vilar fontenele, que era também da Oligarquia dos Cristinos, Luiz Dico não tinha em sua família uma raíz política. Governou sobretudo dando uma maior prioridade à Educação. Um homem político por natureza, sabia fazê-la com despreza e sapiência. Durante toda sua gestão foi perseguido pela oposição que o mesmo derrotou, por conta disso teve que comparecer por diversas vezes ao poder judiciário local, não pertencia a nenhuma Oligarquía local, se destacou mais como político do que administrador, motivo pelo qual foi reeleito para o mandato 2001 - 2004, derrotando três candidaturas oposicionistas. Por haver contraído um Câncer no fígado, Luíz Dico não pôde dar continidade ao seu 2º mandato vindo a falecer no dia 12 de Janeiro de 2001, assumindo os destinos do município o seu vice Bernardone Teles.

Parte II

O início de 2001 foi marcado pelo falecimento precoce de Luiz Dico, de acordo com a Constituição do Brasil, com o falecimento do titular (prefeito) assume o Poder Executivo o seu vice Francisco Bernardone Teles Pinto, pertencente à Oligarquía dos Teles. Bernardone era mais administrador do que político propriamente dito. Um homem público de temperamento forte, às vezes agindo mais pela emoção do que pela razão, em pouco tempo de sua gestão deu uma nova cara ao município, demonstrando a sua competência na gestão de Coreaú. Por força do destino, Bernardone Teles sofre um grave acidente na região do Cariri, onde o mesmo participava de um evento político, sofrendo a partír deste acidente uma parada cardíaca e insuficiência respiratória, vindo a óbito. Vale ressaltar que este trágico acontecimento não foi muito bem esclarecido nem para a opinião pública e nem para a população de Coreaú. Conforme a constituição brasileira, na vacância do cargo de prefeito e vice, assume o presidente da Câmara, no caso o vereador e advogado José Ádison Gomes Albuquerque, conhecido por Dr. Dilson. Os poucos meses que Dr. Dilson governou, para posteriormente abrir uma eleição extraordinária em Coreaú, o mesmo fez um bom mandato, que foi marcado por festas e inaugurações. Dr. Dilson não pertencia a nenhuma oligarquía local, o acaso do destino o colocou para gerir por poucos meses os rumos de Coreaú. A partír de então Coreaú vê-se diante de uma nova eleição.

Parte III

Em uma campanha acirrada e marcada por disputas familiares, tivemos três candidaturas a prefeito em Coreaú: O Vereador do PT, Erasmo de Souza Tabosa e os irmãos Chico da Bomba (ex-prefeito) e Antônio Cristino (empresário), com exceção de Erasmo, ambos pertencentes à Oligarquía dos Cristino. Desta disputa foi eleito para um mandato de 02 anos (2003 - 2004) o ex-prefeito Chico da Bomba para assumir o seu 3º mandato de prefeito de Coreaú. Durante o seu mandato Chico da Bomba administrou Coreaú sem muita novidade, com uma gestão tímida e sem oposição consistente, no entanto por ter a máquina administrativa em suas mãos conseguiu se reeleger, apesar de uma candidatura de oposição, para o mandato (2005 - 2008). Vale ressaltar que desde o início dos anos 90 Coreaú foi administrado na maioria das vezes por duas famílias oligarcas de Coreaú que se revezavam no poder, me refiro às famílias Cristino em sua maioría e a família Teles. É importante também compreender que durante a gestão destas famílias quase que inexistiram fiscalizações e/ou pressões oposicionistas.

Parte IV

Finalmente tivemos as eleições de 2008 com duas candidaturas a prefeito de Coreaú: Na condição de candidato da situação foi apresentado o nome do jovem Carlos Roner Félix Albuquerque, o mesmo exerceu o cargo de tesoureiro da Prefeitura de Coreaú desde a gestão de Luiz Dico. Por outro lado foi apresentado como candidato da oposição o ex-prefeito Chico Antônio. A referida campanha foi marcada por uma disputa acirrada e recheada de confrontos ideológicos e intensa participação das massas populares em comícios, caminhadas, bandeiradas e terreiros alegres. No final foi eleito com uma substancial maioria de votos o jovem Carlos Roner para o mandato (2009 - 2012). Vale ressaltar que Carlos Roner não pertence a nenhuma família Oligarca, pois o mesmo é de família simples, cujo seu primeiro emprego foi em um comércio que salgava e vendia couros de gado e de ovelhas, motivo pelo qual ficou popularmente conhecido nesta campanha como o salgador de couros, sendo prontamente identificado pelas massas populares de Coreaú. Carlos Roner vem desempenhando uma gestão que se destaca na referência de uma boa educação, motivo pelo qual vem sendo agraciado com constantes premiações. Há também em sua gestão um profundo investimento na Infraestrutura do município, haja visto que Coreaú tornou-se um verdadeiro canteiro de obras. Também merece destaque em sua gestão uma série de eventos festivos com atrações de artistas nacionais. É importante que se diga que a gestão de carlos Roner vem sofrendo uma sequência de ondas de denuncismos, críticas e perseguições ou via Poder Judiciário ou via internet (por meio de Twitter, Orkut, Blog, etc). Sabemos que todos nós temos o direito de nos manifestarmos e que os meios de comunicações nos proporcionam mais informações para uma maior participação popular. No entanto nos causa estranhesa certas atuações parciais de certos "críticos" ou de certos setores oposicionistas que no seu próprio histórico se contradizem com o que falam ou defendem nos dias de hoje. Finalmente encerro o meu pensamento dizendo que pela história política de Coreaú desde os anos 90, que aqueles gestores de Coreaú que foram mais perseguidos ou criticados eram justamente aqueles que não vinham de Oligarquías políticas e que portanto representavam ou eram identificados pelas populações mais simples na condição de homens do povo. Refiro-me a Luiz Dico e a Carlos Roner. É sobretudo a esses governos populares que a elite oligarca de Coreaú representada por seus coronéis do passado e do presente não consegue engolir, mas que o povo mais simples que é na sua maioria, os tem como referências de Gestões populares.
Precisamos ter um outro olhar para a História política de Coreaú!!!
 
Feito Por José Mário Moreira
Presidente do SINDPROC
Fonte: SINDPROC
 
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Anônimo disse...

DÁ Á ENTENDER QUE, QUEM GANHA É O QUE É MAIS PESSEGUIDO,OU SEJA,QUEM ESTÁ NA GESTÃO ATUAL.

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