A Justiça Federal de São Paulo condenou por corrupção passiva e violação de sigilo funcional quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal, que, em março passado, havia pedido a condenação dos cinco.
Felipe Pradella, funcionário do consórcio responsável por imprimir a prova e acusado de organizar a operação para roubar o exame, foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão por violação de sigilo funcional e corrupção passiva.
Felipe Ribeiro e Marcelo Sena, também ex-funcionários do consórcio, foram condenados a quatro anos e seis meses pelos mesmos crimes. O DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão, mas teve sua pena substituída por prestação de serviços comunitários.
Ribeiro e Sena saíram da gráfica com as provas na cueca e na blusa, respectivamente. Pradella e Craid tentaram vender a prova ao jornal "O Estado de S. Paulo" por R$ 500 mil. Rodrigues intermediou o contato com o "Estado".
A prova foi cancelada na madrugada de 1º de outubro de 2009 pelo Ministério da Educação (MEC), depois de ter sido furtada de uma gráfica e oferecida a um repórter do "Estado". O vazamento causou o cancelamento do exame e prejudicou mais de quatro milhões de inscritos. Os gastos com a reimpressão das provas foi estimado em R$ 148 milhões, segundo o MEC.
O Enem foi criado em 1998 e reformulado justamente em 2009, numa tentativa de substituir o vestibular tradicional. E, logo no ano da reformulação, enfrentou seus mais graves problemas. Além do furto das provas, houve um erro em uma questão de português, que precisou ser anulada - e os participantes só ficaram sabendo disso após a divulgação do gabarito.
Fonte: O Globo