Sem acordo entre as partes, a greve dos professores da rede estadual de ensino deve continuar. Após uma reunião da manhã de ontem, entre representantes do Ministério Público (MP), do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc) e da Secretaria da Educação (Seduc), numa tentativa de reaproximação, a possibilidade de acordo foi descartada.
Por um lado, o Governo do Estado afirma que só retoma as negociações se a greve for suspensa. Por outro, a Apeoc defende que a retomada do processo de negociação não pode ser vinculada à suspensão da greve, iniciada com o objetivo de provocar as negociações com o Governo. O comando de greve do sindicato defenderá hoje, em assembleia geral da categoria, a continuidade da greve, que já dura oito dias.
Por meio de nota, a Seduc informou que concordou em prosseguir com as negociações, não enviando a proposta formulada pelo Governo e rejeitada pela categoria à Assembleia Legislativa, onde passará pelo crivo dos deputados, desde que a greve seja suspensa e que as atividades escolares sejam normalizadas.
A Secretaria alega que a proposta apresentada pelo Governo aumenta a atratividade e valorização inicial da carreira, “corrigindo uma distorção histórica reivindicada pela categoria”. De acordo com a nota, o salário inicial dos docentes terá um incremento de 36,9%, em relação ao salário atual, o que beneficiaria 15.600 dos 25 mil professores ativos estatutários e temporários.
Enquanto os professores se dizem “destruídos” pela proposta apresentada no último dia 28 de julho pelo governador Cid Gomes (PSB), o chefe do Executivo estadual alega que a greve dos professores é uma “postura extrema”. “Ao meu juízo (greve) é justificável quando não há diálogo, quando não há entendimento. Não tem sido essa a postura do Governo do Estado”, afirmou Cid na última terça-feira.
Fonte: O Povo Online
