Ar@quém News - sexta-feira, 20 de abril de 2012

Resposta de Benedito Gomes ao comentário de Fernanda Albuquerque

Por Benedito Gomes Rodrigues - "Apreciei muito o comentário de Fernanda Albuquerque, por apresentar um contraponto respeitoso e com embasamento considerável. Ao propor o debate, não faço o texto para agradar a todo mundo, mas, pelo contrário, para incitar o aprofundamento a determinada questão.

O ponto que apresento é a perspectiva que a mídia, em sua parte mais forte, faz questão de mascarar, e que devemos considerar também, porque é assustadora, repito, a quantidade de mulheres que morrem ao tentar fazer o aborto, por conta própria, a maior parte escondida, de tal maneira que nem as estatísticas mostram fielmente a gravidade da matéria.

Não há, sem dúvida, método abortivo agradável! Todos agridem a mulher e, obviamente, sobretudo a criança que se desenvolve dentro dela. Agora, quando a mulher insiste em realizar o aborto, há maneiras menos arriscadas.

Eu jamais aceitaria o aborto em minha família! Jamais me perdoaria se visse abortado um filho meu! (Esta é minha posição pessoal) Mas reconheço a importância de se ter uma atenção maior a mulher que desenvolve o desejo de abortar, até como meio de desestimulá-la a tal prática, digo isso pela ética profissional que minha formação vem apresentando. Em última instância, não sou a favor de deixar a
mulher a própria sorte.

E a questão ética também se estende até onde seria ou não aborto. Há métodos contraceptivos, hoje, como a pílula do dia seguinte, que atuam sobre um óvulo já fecundado, que poderia muito bem se considerar como aborto, por impedir o fluxo natural da vida que já está encaminhada para ser feto e assim por diante até estar aqui conosco. Após os três meses de gestação, o aborto é ainda mais complicado, pelo feto já estar bem desenvolvido em tamanho e ganhando uma forma corporal mais nitidamente humana.

Porém, um ponto que parece ter tudo para se encaminhar bem em termos de consenso é a necessidade de, se não se legaliza, descriminalize-se o aborto. Uma mulher já está fragilizada depois de abortar, ainda vai ser tida como criminosa por isso, não tem sentido!

Ao menos é necessária uma atenção mais especial a esta questão por parte dos órgãos de saúde, para explicar as implicações desta prática melhor às mulheres. Mostrar as saídas, as alternativas! Assim, com mulheres melhor informadas acerca dos sempre presentes riscos e das possibilidades de amparo social para se criar a criança, poderemos diminuir o sofrimento daquelas que se encontram na situação de conflito.

Um debate maduro sempre é enriquecedor!"
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