Ar@quém News - terça-feira, 9 de abril de 2013

O mistério da Boneca de Pano


Corria meio mundo o boato,
Forjado no imaginário urbano:
No banheiro feminino rondava
Uma sinistra boneca de pano.

Algumas alunas não iam,
Com medo da assombração,
Ao banheiro sombrio da escola,
Mesmo no aperto da precisão.

Outras diziam ter avistado
O triste ente sobre-humano.
Os adultos diziam ser estória: 
Mero invento besta ou engano. 


O padre aspergiu água-benta,
Como apelo último da direção;
No banheiro fizeram reforma;
Deram retoque na iluminação.

Malgrado a tentativa inglória,
O medo perdurou ano-a-ano; 
O tempo manteve na memória
O mistério da Boneca de Pano.

Eliton Meneses
Diário de um Navegante

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