Ao todo, 13.747 crianças do 3º ao 5º ano do ensino fundamental da rede
de ensino pública de Fortaleza não sabem ler nem escrever. O
quantitativo representa 21% dos 64 mil alunos do 3º ao 5º ano da rede. A
avaliação foi feita no início do ano letivo, pela Secretaria Municipal
de Educação (SME), que chegou ao diagnóstico por meio de uma análise de
leitura e escrita realizada pelas próprias escolas.
Diante de dados como esses, a pergunta que cada um se faz é: Como estas
crianças passaram de um ano para o outro sem saber ler nem escrever? A
coordenadora do ensino fundamental da SME, Dóris Leão, explica que esta é
uma recomendação do Ministério da Educação (MEC) para que as escolas
não reprovem os estudantes desses três primeiros anos, criando um ciclo
de alfabetização.
A orientação do MEC faz parte de uma proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a estruturação dos nove anos da educação fundamental. No entanto, ela explica que a partir do 4º ano, esses alunos podem ser reprovados, mas não devem. "O MEC entende que a reprovação pode causar consequências negativas para a criança, porque quando reprovada a criança cria traumas e dentre as consequências temos o aumento a evasão escolar".
Entretanto, a gestora explica, ainda, que isso não é um estímulo à aprovação automática. "Não podemos aprovar este aluno sem o compromisso de resgatá-lo ao longo do ano seguinte, porém, o que aconteceu em Fortaleza é que estes professores não tinham tempo, nem capacitação para isso. Temos um déficit dentro das nossas universidades no que tange o preparo para alfabetizar", explicou a coordenadora Dóris Leão.
Sobre a questão e os reais motivos que levaram a essa defasagem, o presidente do Conselho Municipal de Educação de Fortaleza, Raimundo Nonato Nogueira Lima, acredita que o fato de os estudantes chegarem ao 5 º ano sem as competências de leitura e escrita plenamente atingidas deve-se à falta do acompanhamento pedagógico - como apoio e "cobrança" aos professores - somado à orientação legal de que não deve haver retenção (reprovação) do 1º para o 2º ano.
"Além disso, as diretrizes municipais que também orientam a não retenção do 2º para o 3º ano, acarretam a ´desobrigação´ com a aprendizagem coerente com a idade e o ano cursado, levando adiante a discrepância entre o que deveria ter sido apreendido e o que de fato foi. E a ´bola de neve´ vai crescendo ano após ano", conclui o presidente.
A orientação do MEC faz parte de uma proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a estruturação dos nove anos da educação fundamental. No entanto, ela explica que a partir do 4º ano, esses alunos podem ser reprovados, mas não devem. "O MEC entende que a reprovação pode causar consequências negativas para a criança, porque quando reprovada a criança cria traumas e dentre as consequências temos o aumento a evasão escolar".
Entretanto, a gestora explica, ainda, que isso não é um estímulo à aprovação automática. "Não podemos aprovar este aluno sem o compromisso de resgatá-lo ao longo do ano seguinte, porém, o que aconteceu em Fortaleza é que estes professores não tinham tempo, nem capacitação para isso. Temos um déficit dentro das nossas universidades no que tange o preparo para alfabetizar", explicou a coordenadora Dóris Leão.
Sobre a questão e os reais motivos que levaram a essa defasagem, o presidente do Conselho Municipal de Educação de Fortaleza, Raimundo Nonato Nogueira Lima, acredita que o fato de os estudantes chegarem ao 5 º ano sem as competências de leitura e escrita plenamente atingidas deve-se à falta do acompanhamento pedagógico - como apoio e "cobrança" aos professores - somado à orientação legal de que não deve haver retenção (reprovação) do 1º para o 2º ano.
"Além disso, as diretrizes municipais que também orientam a não retenção do 2º para o 3º ano, acarretam a ´desobrigação´ com a aprendizagem coerente com a idade e o ano cursado, levando adiante a discrepância entre o que deveria ter sido apreendido e o que de fato foi. E a ´bola de neve´ vai crescendo ano após ano", conclui o presidente.
Fonte: Diário do Nordeste