Era meado da década dos anos sessenta do século XX, numa escola municipal, em que dois irmãos gêmeos estudavam no período matutino as primeiras séries da alfabetização (cartilha FRED, 1º grau fraco etc.). Com tanta energia, gostavam mesmo era de brincar e aprontar durante as aulas (aviões, bolinhas de papel etc.) e principalmente no intervalo (recreio), em razão de um carrossel ali instalado, até por serem dois, levavam sempre vantagem em relação aos outros colegas (embalava o carrossel a toda velocidade e deixava todo mundo tonto, zonzo, choravam etc.). Diziam que eram o terror da turma e as reclamações só iam aumentando e acumulando. Não estavam preocupados com o aprendizado e com a disciplina, queriam mesmo era brincar e aprontar, como dito, coisas da infância, da idade.
A situação ficou insustentável e ambos começaram a desconfiar de que a qualquer momento a senhora Diretora iria tudo contar e reclamar a mãe dos danados meninos gêmeos. Seria uma quase tragédia se isso acontecesse, pois passível no mínimo de suspensão ou outro castigo. Pois bem. Não tardou muito, e numa certa tarde ensolarada a digníssima Diretora aportou na casa dos pais dos inquietos gêmeos, batendo palmas e com o conhecido “Oi de casa, a dona está?”. Ao reconhecer a voz da mestra na porta da sala, e já avisando a sua mãe da ilustre visita, que prontamente se dirigiu para atendê-la. Os gêmeos a tudo ficaram escutando a conversa das duas da sala de jantar. Nesse interim, um dos gêmeos disse: “Vem problema e encrenca aí. Ela vai dar uma pisa na gente ou contar tudo ao nosso pai. Não vai deixar barato”. Diante disso, o outro irmão logo pensou e disse que talvez fosse uma solução para escapar daqueles problemas, mas que tinha que ser uma Decisão firme, uma mudança radical e responsável, e que certamente serviria por resto da vida, para que aquela senhora e nenhuma outra pessoa nunca mais aparecessem na sua casa para reclamar do comportamento e desempenho deles.
O compromisso era o de que a partir da manhã seguinte não mais aprontariam na sala de aula e nem no recreio, pois só o estudo e o aprendizado iriam interessar aos dois a partir daquela data. Firmado o acordo e conscientes da seriedade e responsabilidade daquela decisão, foi quando a mãe já retornava do papo com a Diretora, o penúltimo filho gêmeo disse: “Ouvimos tudo mamãe, a senhora não precisa dizer mais nada, e não se preocupe, pois a partir de amanhã essa senhora não terá mais motivos para vir aqui reclamar, só se for para elogiar.”. E os gêmeos cumpriram fielmente o seu compromisso e sua palavra. Todos na Escola ficavam admirados da repentina mudança de comportamento dos garotos, pois foi uma mudança da água para o vinho. O rendimento escolar melhorou muito. As amizades também. E não se teve notícias de que a Diretora retornou à casa de seus pais para dizer algo dos ex-brincalhões. E os gêmeos tinham apenas cinco ou seis anos de idade, e hoje são bem sucedidos em suas atividades profissionais.
Lamentavelmente nos dias atuais, muitas crianças e adolescentes estão se perdendo para as drogas, sob a falsa proteção do ECA, e talvez porque os pais foram proibidos pela Justiça de educar os seus filhos (estabelecer regras, limites, padrões de comportamento, respeito, responsabilidade, valores éticos, morais e familiares etc.), como disse recentemente uma ativista, referindo-se que sequer pode dar-se uma palmada em um filho. É a sociedade convivendo com suas mazelas e suas desastrosas consequências, infelizmente.
De Boa Vista – RR, para Coreaú – CE, em 27 de maio de 2013.
A situação ficou insustentável e ambos começaram a desconfiar de que a qualquer momento a senhora Diretora iria tudo contar e reclamar a mãe dos danados meninos gêmeos. Seria uma quase tragédia se isso acontecesse, pois passível no mínimo de suspensão ou outro castigo. Pois bem. Não tardou muito, e numa certa tarde ensolarada a digníssima Diretora aportou na casa dos pais dos inquietos gêmeos, batendo palmas e com o conhecido “Oi de casa, a dona está?”. Ao reconhecer a voz da mestra na porta da sala, e já avisando a sua mãe da ilustre visita, que prontamente se dirigiu para atendê-la. Os gêmeos a tudo ficaram escutando a conversa das duas da sala de jantar. Nesse interim, um dos gêmeos disse: “Vem problema e encrenca aí. Ela vai dar uma pisa na gente ou contar tudo ao nosso pai. Não vai deixar barato”. Diante disso, o outro irmão logo pensou e disse que talvez fosse uma solução para escapar daqueles problemas, mas que tinha que ser uma Decisão firme, uma mudança radical e responsável, e que certamente serviria por resto da vida, para que aquela senhora e nenhuma outra pessoa nunca mais aparecessem na sua casa para reclamar do comportamento e desempenho deles.
O compromisso era o de que a partir da manhã seguinte não mais aprontariam na sala de aula e nem no recreio, pois só o estudo e o aprendizado iriam interessar aos dois a partir daquela data. Firmado o acordo e conscientes da seriedade e responsabilidade daquela decisão, foi quando a mãe já retornava do papo com a Diretora, o penúltimo filho gêmeo disse: “Ouvimos tudo mamãe, a senhora não precisa dizer mais nada, e não se preocupe, pois a partir de amanhã essa senhora não terá mais motivos para vir aqui reclamar, só se for para elogiar.”. E os gêmeos cumpriram fielmente o seu compromisso e sua palavra. Todos na Escola ficavam admirados da repentina mudança de comportamento dos garotos, pois foi uma mudança da água para o vinho. O rendimento escolar melhorou muito. As amizades também. E não se teve notícias de que a Diretora retornou à casa de seus pais para dizer algo dos ex-brincalhões. E os gêmeos tinham apenas cinco ou seis anos de idade, e hoje são bem sucedidos em suas atividades profissionais.
Lamentavelmente nos dias atuais, muitas crianças e adolescentes estão se perdendo para as drogas, sob a falsa proteção do ECA, e talvez porque os pais foram proibidos pela Justiça de educar os seus filhos (estabelecer regras, limites, padrões de comportamento, respeito, responsabilidade, valores éticos, morais e familiares etc.), como disse recentemente uma ativista, referindo-se que sequer pode dar-se uma palmada em um filho. É a sociedade convivendo com suas mazelas e suas desastrosas consequências, infelizmente.
De Boa Vista – RR, para Coreaú – CE, em 27 de maio de 2013.
COSMO CARVALHO, Coreauense.
Engenheiro e Advogado.
Engenheiro e Advogado.