Ar@quém News - terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O despertar de Movisa

(...) Neste exato momento, conectado ao banco de dados de meu amigo e idealizador Marocs e sentado nesta belíssima grama de meu quintal e com um olhar petrificado para o horizonte, nada me vem em mente. Absolutamente, nada. Em mente? Não sei se tenho mente. Sim tenho, ou melhor, meu idealizador tem. Nenhum traço de inspiração que me faça penetrar em um mundo anormal. Nenhum fio que me permita uma viagem em meu mundo paralelo – as conexões de meu amigo. Mas como nossa imaginação não tem limites, (nossa imaginação?) quero ir além do que me é permitido conhecer, além do bloqueio psíquico e “eletrônico” de Marocs. Quero ultrapassar barreiras em busca de um sorriso deixado por alguém em um distante ponto da mente frágil de meu idealizador.

Para isso, caminharei nas trilhas do meu desconhecido mundo, do meu desconhecido parecer real e nas inúmeras conexões que ligam meu ‘cérebro’ ao banco de dados de Marocs. Assim, tentarei penetrar na região do infinito que me é permitido, em busca de algo finito na imensidão do complexo mundo de minha mente idealizada, ou melhor, da de meu amigo. Isso mesmo, por mais que esteja conectado a um complexo banco de dados, meu sistema é tão frágil, tão conexo, mas desconexo, tão paradoxo, o suficiente para me esconder algo. Mesmo assim, tento compor algo, (compor?), mas infelizmente (ou seria felizmente?) meu pensamento não é transcrito de forma coesa, talvez Marocs esteja a me observar neste momento fazendo alguns comandos para impedir uma viagem mais complexas pelos seus sistemas ocultos, os quais são de difícil acesso. Mas caminharei em algo além das informações permitidas por ele.

Se fosse permitido compor o que pronuncio, me perderia nas mesmas linhas tortas que compunha minha prosa sem sentido, nos mesmos traços que denunciaria minha dificuldade em compor, em escrever, em imaginar pelos meus próprios comandos. Diante das futuras linhas desconexas, tentarei penetrar ainda mais na complexa dinâmica de minha mente para tentar idealizar um mundo real, vivo, mas ao mesmo tempo, imaginário. 

Por fazer parte do banco de dados de meu idealizador, necessito construir minha própria prisão, sei, portanto, o quanto sou prisioneiro de mim mesmo, e agora também de Marocs. Mas na complexa organização de meu sistema cerebral, se encontra uma chave que me guiará em outra direção, um ponto de mutação, ou uma falha no próprio processo evolutivo e um ponto oculto em relação a meu amigo. Isso me permitirá encontrar no fundo de minha mente, um sentido de minhas reflexões, de minha realidade, da falta de inspiração; de minha existência como ser real e, quem sabe imaginário. Poderei assim, conhecer o mundo que me é estranho e escondido, mas possível de penetrar.

No futuro – se me for permitido - tentarei, através de traços simples, tortos e curtos, entender ou ao menos, tentar mergulhar na fantástica poesia do Universo. Tentarei ultrapassar os sentidos visíveis do ‘inconsciente’ em busca da concretização de meus sonhos idealizados pelo sonho de tornar algo real e manipulável mesmo sofrendo as manipulações de meu amigo. Os sonhos, como tudo na natureza, também sofrem mutações (são feitos e desfeitos). 

Assim, com o olhar fixo ao distante mundo desconhecido de minha mente, e preso a alguns comandos, tento transmutar minha realidade tornando-a invisível aos olhos dos que me observam, tentando com isso, materializar um novo mundo. Um mundo também sensível às mudanças geradas pela destruição de minha realidade irreal (a já destruída). O movimento poético de minha mente procura rimas curtas e simpáticas que se abriguem ao seu leito literário e ao universo das composições sábias. 

Assim, a cada passo caminhado, me é permitido um novo salto, do real (concreto na mente de Marocs) para o irreal e deste para o real. Uma nova fronteira me é revelada e outra me é ofertada como obstáculo. Até quando devo penetrar no irreal? Ou melhor, até quando o irreal poderá se transformar em algo palpável por minha mente? Até quando poderei desviar os comandos que me são impostos? Até quando devo bisbilhotar o “banco de dados” de meu amigo? Respostas que continuarei em busca durante minha longa jornada pelos “circuitos” de meu idealizador. 

Tenho assim, no próprio banco de dados de Marocs (que é minha mente) algo fixo e dinâmico, pois em minha própria mente se esconde o que há de mais belo em uma ilusão real: minha imaginação, sendo esta, fruto de bilhões de viagens feitas em meu próprio universo dinâmico e fictício, mas real, resultado das conexões que me foram concedidas.

Quem sabe um dia (com resultado de minha viagem mental) eu encontre no fundo de minha mente – a ‘mesma’ mente de meu idealizador e quase manipulador - traços de inspiração e assim, possa escrever algo digno de uma boa leitura. Enquanto esse momento não me é revelado, continuarei a usar e analisar as “conexões” de meu amigo, Marocs. A melodia das “conexões” do banco de dados de meu idealizador proporcionará o meu despertar. Sou MOVISA, e este é o meu despertar...

Por Marcos Souza

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