Alimentar os animais no período atual tem sido um dos principais problemas da pior estiagem dos últimos 50 anos. Com o quase desaparecimento da palma forrageira, os bichos procuram outro tipo de vegetação para vencer a fome. O mandacaru (Cereus jamacaru) acaba sendo uma grande opção. Para utilizá-lo, entretanto, é preciso retirar os espinhos.
A Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), desenvolveu uma espécie de mandacaru sem espinhos, de fácil manejo, que já foi plantada em propriedades na Paraíba. Aqui no Ceará, a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Centro de Zootecnia, desenvolve projetos numa reserva de 246 hectares em Tauá, com o mandacaru tradicional, utilizando também algumas mudas da espécie sem espinhos, além do xiquexique (Polosocerela polygonus) e do facheiro (Pilosocereus pachycladus).
Por estas características de resistência às altas temperaturas e às chuvas irregulares da região, é que o técnico Nilton de Brito Cavalcante, da Embrapa Semiárido, recomenda aos agricultores o cultivo do mandacaru nas suas propriedades, a exemplo do que fazem com a palma, os capins ou o milho. Há dez anos, ele avalia o plantio de mandacaru em uma área experimental do centro de pesquisa. Para ele, os resultados são "animadores", a começar pela produção.
Fonte: DN