A família de Tamerlan Tsarnaev, um dos acusados pelo atentado contra a Maratona de Boston, em 15 de abril, não consegue encontrar um local para enterrar o corpo do suspeito. Vários cemitérios do Estado norte-americano de Massachusetts se recusaram a aceitá-lo.
Tsarnaev, de 26 anos, foi morto em um confronto com a Polícia em 19 de abril, quatro dias depois do atentado que, segundo as autoridades norte-americanas, ele e o irmão mais novo armaram contra a maratona, matando três pessoas e ferindo outras 264.
Parentes disseram querer que Tsarnaev seja enterrado na região, mas diversos cemitérios de Massachusetts rejeitaram o sepultamento. O governador do Estado, Deval Patrick, declarou ontem que não vai se envolver nessa questão e que o assunto é uma questão familiar.
De acordo com os princípios da religião muçulmana, o corpo não pode ser cremado, procedimento adotado no caso de criminosos notórios, como o responsável pelo atentado de Oklahoma City, Timothy McVeigh.
"A situação como um todo não tem precedentes", disse um porta-voz da associação que congrega dirigentes de serviços funerários, David Walkinshaw. O Estado de Massachusetts não possui cemitérios próprios, explicou ele, e o governo federal somente possui áreas para sepultamento de veteranos de guerra, o que exclui Tsarnaev.
Ele sofreu ferimentos por arma de fogo no tórax, abdômen, braços e pernas, além de traumatismo craniano, torácico e pélvico, segundo o laudo da autópsia.
Ele foi alvejado enquanto fugia com o irmão, Dzhokhar, 19. A confirmação dos traumatismos fortalece a versão da polícia de que, durante a fuga, Tamerlan foi atropelado pelo carro dirigido pelo irmão mais novo. Preso no dia seguinte, Dzhokhar permanece internado. O corpo de Tamerlan só foi reclamado por seus familiares na sexta-feira.
O agente funerário que preparou o corpo foi hostilizado por dezenas de pessoas. "O desafio aqui é que não há como exigir que um cemitério permita um enterro em sua área", afirmou David Walkinshaw.
Fonte: DN