Ar@quém News - domingo, 29 de dezembro de 2013

É difícil ser livre cumpádi, mas a gente faz uma força danada


Por Valdecir Ximenes
 
É DIFÍCIL se emancipar de correntes ideológicas que os outros nos impõem. Por exemplo, vivemos uma sociedade formada, na sua maioria, por pessoas mesquinhas e hipócritas que nos querem idiotas para que sejamos servos obedientes a eles. Conheço pessoas que querem pousar de deuses mas são ligeiramente frustrados nas suas expectativas e ofuscados por pessoas que são humildes e muito mais brilhantes do que eles.

"Se ajoelha e me adora"

Quando eu era moleque e depois adolescente, me vendo estudando com afinco e tendo (um pouco de) dedicação nos estudos, lembro que alguns aqui do Boqueirão queriam derrubar a mim e a outros que estudavam pra que eles continuassem sendo as “estrelas” da comunidade. Não por que eles estudavam, mas por que eram economicamente dominantes na localidade. Acredito que eles pensavam que: “Logo mais esses caras não nos serão mais submissos e o nosso glamour cairá por terra”. Com isso, eles inventavam toda pecha infamante para tentar nos “nocautear” e “manchar” a figura de quem a gente eventualmente se espelhava.

Não lembro as vezes em que alguns daqui tentavam manipular com mensagens sacanas do tipo: “olha, fulano estudou demais e ficou louco”. Ou “Ei macho, dizem que quem estuda demais vira gay/lésbica”, uma tentativa carregada de preconceito como se “virar” gay fosse uma punição aterrorizante em si. Ou ainda “estudar é perda de tempo, pois não tem emprego não”. Como se a gente estudasse visando unicamente algum emprego, e não cultura, conhecimento, sabedoria, liberdade, visão de mundo, etc. E depois, tentavam impor a pecha aos gurus que nos emancipavam como: “aquilo é um abestado” e coisas do tipo.

A culpa é do livro
Era tudo jogo de “marketing” para sua dominância. Tinham poder econômico, mas não o conhecimento para “casar” os dois lado a lado e prosperar. Eram bajulados por que alguns oprimidos sempre estendem o tapete para o opressor. Em tempos de FHC, somente eles tinham algum poder econômico e ditavam as regras e relações de trabalho na comunidade. Hoje, nos governos petistas, existe mais igualdade social, por que existe mais distribuição de renda, e ficam com saudades de seus tempos de glória e supremacia. 
 
No geral, uma coisa é bem certa. Se eu tiver um carro popular e você não tiver um é bem provável que você me inveje, me admire, me bajule pelo carro que tenho. E é bem provável que eu tente por todos os meios fazer (ou deseje) com que você não tenha um carro popular para que sempre me inveje, me admire, etc. Era o que acontecia aqui. Mas as coisas mudam e se revertem ciclicamente! Tinham interesse em serem bajulados e adulados e tinham prazer sádico de oprimir os economicamente inferiores e fazer deles massa de manobra social, econômica e política, uma vez que esses “inferiores” votavam em que eles ditavam.

Em termos econômicos (apenas!), mas não como antes, ainda continuam com uma parte do assento no panteão. Mas só. Hoje a moçada pensa politicamente e tem uma certa influência para apontar caminhos mais livres de intenções mesquinhas. Eles fingem consideração e respeito por que sabem (e veem que) respeitamos e consideramos. Sabem que somos livres e andamos pelas próprias pernas. Abrimos caminhos que eles tentavam a todo custo manter fechados, ou no máximo, abriam veredas para passarmos como eles quisessem.
Esse é o gigante: petrificado e adormecido...um puto!
É cumpádi, conseguir/conquistar liberdade é difícil, mas nós fazemos um esforço grande contra os “gigantes” que são somente uns putos!
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