Ar@quém News - segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Esse texto é um depoimento pessoal



por Valdecir Ximenes

"Estou cá pensando como os meus botões..."
Tem dias que a vida não faz sentido. E penso que isso não sejam observado somente por mim. Raul Seixas cantou que: “Tem dias que a gente se sente / Um pouco, talvez, menos gente /Um dia daqueles sem graça /De chuva cair na vidraça /Um dia qualquer sem pensar /Sentindo o futuro no ar /O ar, carregado sutil /Um dia de maio ou abril /Sem qualquer amigo do lado /Sozinho em silêncio calado /Com uma pergunta na alma /Por que nessa tarde tão calma /O tempo parece parado?” (Profecias). Vivo o tempo todo alegre, sorriso no rosto. Falo e cumprimento respeitosamente a criança, o adolescente, o adulto, o homem ou a mulher, o idoso e a idosa. Admiro a natureza e os animais e fico abobado com as maravilhas que a humanidade cria, tais como ciência, artes, tecnologia e congêneres. Mas tem dias que... ah não vou falar não.

Às vezes fico feliz com datas comemorativas e às vezes nem tanto. O Natal para mim é data sem muita importância comparada ao que a mídia nos faz acreditar. Ao que a televisão mostra como caricatura desde quando se vai tomando ciência do mundo. Aliás, em grande parte, tudo na televisão é caricaturesco (televisão aberta e corporativa). Nos fins de ano, quase sempre, me pego em situação financeira desfavorável de tal modo que não curto com os amigos. Ninguém tem culpa, é verdade, de eu não saber gerenciar meu orçamento pessoal a ponto de depois ficar na 'maior pindaíba'. Mas ainda assim, as coisas não ficam na mesmice por que compenso com outras alternativas que a grande maioria das pessoas não ver atrativo algum, como: uma viagem a alguma serra (ou equivalente), um banho num rio, uma andada de bicicleta, uma conversa com uma pessoa mais velha, onde ouço cada detalhe da conversa (e tento interferir apenas para tentar prolonga-la), uma visita a um amigo, etc.

Vejo as pessoas alegres com os familiares e fico feliz ao vê-las assim. Mas o certo é que eu não sou sociável. Nunca fui. O que me fez socializar um pouco mais talvez tenha sido as leituras, os grupos sociais e políticos de que participo, os estudos, a universidade e pessoas que, aqui ou ali, me tentam puxando conversa. Sempre fui tímido, tremendamente tímido e todos que me conhecem mais de perto, sabe mesmo que falo pouco e converso minimamente. Aliás, nas conversas citadas, eu participo pouco. Opino mais com amigos por que tenho coragem de discordar e consequentemente tenho que contra-argumentar. Devo aos amigos o pouco (ou muito pouco) entrosamento que tenho com eles. Alguns poucos, é certo. Mas amigos em potencial, a quem admiro notavelmente.

Me sinto sinto, às vezes (e sentimentalmente, apenas) um Isaac Newton. Sim, ele mesmo. Dizem que ele era profundamente um cara introvertido, recluso, fechado e que “conversava” apenas com os estudos (nessa parte eu não sou bom!). Depois foi do parlamento inglês, mas segundo contam só falou uma vez para pedir que fechassem uma janela, pois ele estava sentido frio por causa dela.

Enfim, esse é um depoimento pessoal e eu estou triste nesse momento. Mas não é culpa sua e nem eu disse que é!

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