"Uma janela para o mundo. Na minha idade, eu estaria morto sem internet". A frase é de José Carlos Vieira, 77 anos, e que, hoje, é o único interno do Lar Torres de Melo com acesso à rede mundial de computadores. Em um micro instalado em seu quarto, ele diariamente passa e-mails, faz pesquisas e baixa músicas e livros. Quanto às redes sociais, usa com parcimônia, pois considera esdrúxulo ser amigo, seguidor ou seguido por quem nem o conhece.
Leitor ávido na juventude, dono de uma vasta cultura, José Carlos Vieira pesquisa, principalmente, sobre filosofia, educação, qualidade de vida na velhice e música. "Pesquiso sobre tudo, mas Facebook acho um pouco prostituído", opina, lembrando que utilizava bastante essa rede social, até perceber que suas postagens eram comentadas pelos amigos dos amigos, às vezes, de forma indevida. "Têm muitas coisas descabidas, fui freando", criticou.
Contudo, para ele, a informática é um recurso inestimável para colocar os idosos em contato com o exterior. "Ainda hoje, gosto de ler e escrever, isso me ajudou a romper o isolamento", comentou, admitindo que a internet é fundamental para colocá-lo em contato com amigos do passado e com os familiares.
O computador instalado em seu quarto, ele ganhou, há dois anos, de estudantes universitários os quais ajudou na elaboração de textos. Na época, ficou surpreso, mas, de lá para cá, o equipamento tornou-se, cada vez mais, presente em sua vida. Sobre suas pesquisas, enfatiza as questões filosóficas e religiosas. Em especial gosta de ler sobre Giordano Bruno (1548/1600), o teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano acusado de heresia e condenado à morte na fogueira pela Inquisição. Leia a matéria completa.
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