Foi interessante o que presenciei certo dia na faculdade, após percorrer mais de 70 km até Sobral. A sala estava lotada, cerca de 73 alunos assistiam aula naquela noite.
Um professor, testando o conhecimento popular e regional dos formandos perguntou-lhes o que era um Uru, absolutamente ninguém respondeu. Incrível! O professor não acreditou no que presenciava. Nordestinos não saberem o que é um Uru!
O impressionante é que nossa sala é composta por alunos das mais variadas cidades (Coreaú, Tianguá, Ipu, Granja, Ubajara, São Benedito, Pacujá, Cruz, Mucambo, Viçosa, Nova Russas, Itarema, Acaraú, etc.). Ninguém não se manifestou. Nossa! Certamente imaginou o professor.
Logo após presenciar tal situação o professor sanou a dúvida dos alunos e explicou-lhes que um Uru é um cesto feito de palha e que contém uma alça, sendo ele utilizado principalmente por agricultores na colheita dos alimentos. Fácil, não?
A pergunta que agora pode surgir é porque eu não respondi, já que sabia. A resposta é muito simples, eu não deveria tirar o prazer do professor de esclarecer à curiosa e fácil questão.
No entanto, apesar de considerar a resposta fácil, o meio pelo qual eu a obtive não foi bem assim. Foram anos de trabalho, desde criança, sob o sol ardente, colhendo espigas de milho e vagens de feijão (dentre outros alimentos). Trabalho árduo da preparação do solo, do plantio à colheita. Ao contrário de meus irmãos, nunca gostei, nunca me interessei, mas era necessário. Hoje só restam lembranças de um passado não tão distante.
Por Hélio Costa